Cada segundo de silêncio expressa mais sobre nosso sentimentos que horas tentando verbalizar o que não foi feito para ser dito.
Tempos atrás assisti a uma palestra motivacional, contudo ela não conseguiu ultrapassar o muro que deixei se erguer ao meu redor.
Apesar de todo o ruído criado pelas fábricas, pessoas, dos carros na rua, passo a maior parte do meu tempo em silêncio, economizando o gogó, contudo minha mente não para de gritar, como se os pensamentos angustiantes que me dominam emitissem sons que se fossem ouvidos fora da minha cabeça conseguiriam ensurdecer até aquelas pessoas mais insensíveis.
Os únicos sons que me interessa ouvir, na maior parte do tempo, são os sons Dela.
A respiração tranquila, do bocejo preguiçoso, das palavras edificantes e ternas... infelizmente estes sons estão se tornando cada dia mais raros.
Nestes dias tão nebulosos, se os sons que ela emite não são agressivos, lamurientos, eles são substituídos por um silêncio ensurdecedor e opressivo. Chego a perder o ar, engasgo-me no desejo de morrer.
Talvez se não fossem os sons angelicais e inocentes que me recebem à porta diariamente, estendendo os braços ao alto, solicitando com doçura e urgência o meu amparo, meu abraço, meu carinho e companheirismo talvez eu não estivesse mais aqui, ouvindo o som destas teclas, vomitando minhas lamúrias neste blog nem tampouco tentando respirar.
Quem sabe eu estivesse, talvez, ouvindo o som da terra úmida sobre meu cadáver putrefato.
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