segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O amargo na língua

Minha língua tem um gosto amargo

O amargo gosto do café fervido

do cigarro fumado

O amargo se acumula

Minha amargura cresce

Desce, escorrega pela garganta

Eu sou uma ave

A ave de garganta degolada

Que se debate enquanto o sangue jorra

Lutando por uma luta invencível

Agora eu provo o doce

O doce disfarça o sabor amargo

A doçura tem por lei acabar

Intensificando o amargo

na garganta

no cuspe negro

O amargo na língua.

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