sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Cinema e Cigarros

Artista atormentado.

Mas que artistas sente-se atormentado se não consegue fazer arte alguma? Se não exterioriza seus anseios com uma fúria draconesca perante a sociedade que não lhe compreende?

Como ele pode sentir-se incompreendido se nem mesmo a compreensão do self está completa?

Quem ele é? Por quê nega-se a lutar suas lutas, ferir-se em suas próprias batalhas e prefere então ver a guerra, a batalha, a vitória de outrem.

Ele tenta não olhar para trás, o medo de ver quantos mortos deixou, quantos esqueletos ainda o seguem numa danz macabre que perdura noites e dias afora sem determinação nem hora para acabar.

As peças gregas belas e trincadas desmoronaram, mas ainda ele quer ter aquele prazer de vê-las como nos tempos clássicos... oras, quem é ele senão um pedante, fraco e humilhado que sabe que o futuro é viver na mediocridade. Ser medíocre.

Mas lá no âmago o self acredita que pode executar sua vontade. É a lei de Thelema tentando romper as barreiras do eu, a luta a ser travada mas constantemente adiada...

veremos... veremos...

Um comentário:

Clara disse...

mediocridade é a própria arte em forma de vida.
existir artisticamente, esse é o ponto em que o medíocre se torna a forma de expressão, o escape daquilo que está preso.
quando o artista não consegue externalizar sua arte acaba tornando-se parte dela.
seja lá que parte for...