Artista atormentado.
Mas que artistas sente-se atormentado se não consegue fazer arte alguma? Se não exterioriza seus anseios com uma fúria draconesca perante a sociedade que não lhe compreende?
Como ele pode sentir-se incompreendido se nem mesmo a compreensão do self está completa?
Quem ele é? Por quê nega-se a lutar suas lutas, ferir-se em suas próprias batalhas e prefere então ver a guerra, a batalha, a vitória de outrem.
Ele tenta não olhar para trás, o medo de ver quantos mortos deixou, quantos esqueletos ainda o seguem numa danz macabre que perdura noites e dias afora sem determinação nem hora para acabar.
As peças gregas belas e trincadas desmoronaram, mas ainda ele quer ter aquele prazer de vê-las como nos tempos clássicos... oras, quem é ele senão um pedante, fraco e humilhado que sabe que o futuro é viver na mediocridade. Ser medíocre.
Mas lá no âmago o self acredita que pode executar sua vontade. É a lei de Thelema tentando romper as barreiras do eu, a luta a ser travada mas constantemente adiada...
veremos... veremos...
Um comentário:
mediocridade é a própria arte em forma de vida.
existir artisticamente, esse é o ponto em que o medíocre se torna a forma de expressão, o escape daquilo que está preso.
quando o artista não consegue externalizar sua arte acaba tornando-se parte dela.
seja lá que parte for...
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